Um filme tão bom quanto A Carta Selada merece uma olhada a fundo! Então aqui vão uma série de comentários num olhar atento aos vários aspectos do segundo filme de Sakura Card Captor, aquele que encerra a série. Obviamente haverá SPOILERS sobre todo o filme. E aí vai:
No anime, diferente do mangá, resolveram que Sakura não ia
se declarar logo pro Shaoran. Não, não, ela só vai fazer isso no filme! Mas
como não dava pra fazer um filme só com a confissão de Sakura, o que fazer pra
trazer mais ação? Deram um jeito de aparecer uma 53º Carta Clow! Segundo o
filme, Eriol “não reteve memória o bastante de Clow para lembrar antes”. Mas se
ainda havia Cartas Clow, Sakura não poderia ter passado pelo Juízo Final,
certo? “Ah, mas os guardiões não sabiam dessa carta”... Mas porque
ela não se manifestou antes, assim que Sakura capturou as outras cartas? “Ela
estava selada sob a casa de Clow/Eriol e só se libertou quando destruíram o
lugar pra fazer um parque de diversões...”... Eu acho extrapolação, mas vamos
admitir que os roteiristas até que contornaram os possíveis furos. A história faz sentido. Então, seguindo em frente, porque o filme é tão legal?
O filme obviamente quis nos trazer um bom encerramento para
a série, então nos trouxeram uma última batalha e a esperada confissão.
O perigo - Uma Carta Clow que leva tudo para um vazio e que
rouba as cartas de Sakura - essa carta ia por tudo o que Sakura fez a perder, e
ainda acabar com toda a cidade. Não foi bem dessa desgraça que viria ao mundo a
que Clow se referia... pelo menos não no mangá. Mas o anime resolveu
radicalizar.
Os sentimentos – A confissão foi interrompida diversas
vezes, até ser enfim feita no último. Minuto. Do. filme. Teve todo o drama que
merecia, ainda mais com o sacrifício que Sakura teria que fazer pra selar a
carta, se não fosse por sua própria magia. Perceba que esse sacrifício meio que
repete o que aconteceria caso Sakura não conseguisse passar pelo Juízo Final. Não
sei se Clow faria Sakura correr esse risco duas vezes, mas enfim. E foi legal
eles terem bolado uma saída disso tudo com o poder da própria Sakura numa carta que ela mesma criou! Quem não gostou da cena
final? A dublagem brasileira é um pouco diferente, mas na tradução para o
inglês, o que Syaoran diz antes de ser coberto pelo poder de “O Vazio” é:
“Mesmo que esse sentimento se perca, eu vou me apaixonar por você outra vez”.
Não sei qual a tradução certa, mas a em inglês faz mais sentido - e é melhor (aqui
ele diz “[...], eu ainda assim vou te seguir”).
Agora, uma coisa que é legal no filme e que não dá pra
criticar é como ele trouxe vários aspectos legais da série em apenas 1:30h. Os
amigos de Sakura estavam lá - até trouxeram Meiling de volta, e ela e Tomoyo
tramaram para juntar Sakura e Shaoran por boa parte do filme. Pena o Eriol só
fazer uma apariçãozinha de nada, mas não se pode ter tudo na vida. Mas
dá pra notar como foram minuciosos: veja que até a senhorita Maki, da loja Twin
Bells, deu as caras!
Pequenas coisas, como Sakura atrasada e dizendo bom dia à
foto da sua mãe; Touya pegando no pé da irmã; Fujitaka cozinhando e sendo
legal; Yukito comendo um prato enorme de
macarrão; Touya e seus bicos onde menos se espera! Kero jogando videogame,
comendo doces, reclamando que não foi chamado pra comer; Tomoyo fazendo roupas
e filmando Sakura... São momentos que gritam Sakura Card Captor.
- Acho que se Daniela Piquet dublasse Sakura no filme
também, Sakura teria dito “Ai,ai,ai, Yukito!”, ao invés de “Olá, Yukito!” aqui.
A primeira cena (não a dos destroços, mas a do vídeo) nos
trouxe Sakura em sua boa forma de cardcaptor/mestra das cartas, como se
treinando sua magia mesmo após cumprir sua missão (até o Yue participou do
vídeo!). Usar a carta Criatividade pra treino foi uma boa sacada.
O tal parque de diversões rendeu boa parte do filme. A tarde
deles no parque é divertida e muito fofa, e nunca antes pensei num parque como
uma arena de batalha, mas teve umas cenas bem legais ali! O jantar na casa de
Sakura foi bem fofo, e sempre pausado com as velhas discussões entre Shaoran e
Kero e Shaoran e Touya.
A peça de teatro manteve o filme rolando quando “O Vazio”
não trazia problemas, nos dando cenas divertidas com os alunos da escola.
Vários outras características da série aparecem: Tomoyo canta na abertura.
Naoko escreve a peça. Dessa vez, os papéis masculinos foram dados aos garotos e
os femininos, às garotas. A peça até deu a chance de Sonomi aparecer para
admirar sua filha e Sakura, e ainda se estressar com Fujitaka. E ainda teve mais
um pouco de ciúmes fraternal vindo de Touya.
As sequências de cenas rápidas do parque e dos ensaios (que
teve direito à música de fundo) foram adoráveis. Aliás, ouvimos algumas músicas-tema
memoráveis da série no filme, além de músicas novas. As cenas de perseguição de Shaoran à última carta e a do embate Sakura X Vazio ficaram ainda mais emocionantes com as músicas de
fundo.
Ah, e como esquecer as roupas? A cena de abertura já nos
traz um lindo traje de batalha no melhor estilo cardcaptor. A peça
deixou todo mundo bem vestido. E claro, ainda teve o traje final, que é a cara
da Sakura, com direito a roupa combinando com Shaoran, que vestiu algo
diferente em batalha pela primeira e única vez!
As vestes tradicionais chinesas de Shaoran só são
vistas por uns 2 segundo no início do filme, numa gravação antiga da Tomoyo. Aliás,
olhem só! No vídeo Sakura tá usando a roupa do Juízo Final do mangá, e
parece que tá usando/capturando a carta bolha.
Enfim, mesmo eu achando a ideia da carta O Vazio exagerada,
a história se desenvolveu bem. Teve humor, romance, suspense, ação, e aquela
ansiedade pra Sakura conseguir falar de vez pro Shaoran que ela gosta dele –
porque sempre interrompem?!?. O filme nos deu muito de Sakura Card Captors e conseguiu
fazer um grand finale para essa grande série CLAMP, que vai sempre dar
saudades.
*Todos os incíveis screenshoots foram retirados do site http://www.desertmoon.org/
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